Yuno silva - repórter
“Dezoito horas. Esquina do paraíso com o inferno. Há pouco, o sol beijou a lua e sob o canto suave da Ave Maria, eles fizeram juras eternas de amor. A rainha da noite, excessivamente romântica, fez amor nos astros e estrelas (…) Ela agora brilha incansavelmente no céu, cheia de tristeza, melancolia, poesia, enaltecendo a decadência do lugar”. As palavras da atriz e escritora Cláudia Magalhães, autora do livro “Esquina do Mundo: A Hora do Cão Lobo”, tentam traduzir o clima que tomará conta do Teatro Alberto Maranhão a partir desta segunda-feira (4), data de estreia do musical “Beco da Alma”, de Danilo Guanais. A temporada, com entrada franca, segue nos dias 5, 6 e 7, e 23 e 24, sempre às 20h. Além das canções, Guanais também assina os textos.
fotos: giovanni sergioDanilo Guanais e João Marcelino recriam história de amor e tragédia, inspiradA em livro de Cláudia magalhães. Beco da ALma abre sua temporada nesta segunda, no tam.
“Está tudo em cima. Agora estamos só curtindo a ansiedade gostosa da pré-estreia, aguardando a hora de subir no palco”, disse Guanais. “Tudo o que imaginei para o musical, quando tive meu primeiro contato com o texto de Cláudia, está em cena. Canções, coreografias... está tudo no palco. Fizemos apenas alguns ajustes nos textos durante os ensaios para dar um teor mais musical. Cenário e figurino também foram incorporando melhorias naturalmente durante a montagem”, analisa o compositor.Com direção de João Marcelino, igualmente responsável pela concepção dos cenários e dos figurinos, e inspirado no livro de Cláudia, “Beco da Alma” aborda emoções divididas entre amor e ódio, paixão e traição, vida e a morte, de suas personagens. O universo urbano e o turbilhão de sentimentos das figuras que transitam pelo lugar é apenas um dos olhares do musical, que pode perfeitamente ser ambientado no Beco da Lama – reduto boêmio incrustado do centro de Natal, ou qualquer outro lugar do mundo.
O elenco de atores-cantores, escolhido entre 56 candidatos, formado por Pedro Queiroga (Teobaldo), Rogério Ferraz (Gardênia), Zeca Santos (João Rodão), Max Villaventura (Rato), Irapuan Júnior (Zé), Álvaro Dantas (Carlão), Giovanna Araújo (Patrícia), Andressa Hazbun (Ceição) e Badú Morais (Esperança), divide o palco com quarteto de músicos (baixo, guitarra, piano e bateria), que executará ao vivo os temas durante a encenação. A coreografia e a preparação corporal dos atores ficaram a cargo da coreógrafa Carla Martins, e Nazaré Rocha cuidou da preparação vocal do elenco. A produção executiva é de Ana Lira. O projeto foi viabilizado através do Programa Djalma Maranhão de Incentivo à Cultura (Prefeitura), com patrocínio do Hotel Rifóles, Potiguar Honda e Visual Praia Hotel.
A história...
A trama gira em torno do reencontro de três amigos de infância: Rato, Zé e Carlão, que tomaram diferentes rumos na vida; e do romance entre o alcoólatra Rato e a louca Esperança, um amor que luta para resistir ao emaranhado de violência e rancores desencadeado por esse reencontro. Predestinadas à tragédia, as almas desse beco também se alimentam de humor e romance. “Uma tragédia com momentos de alívio cômico”, adianta João Marcelino.
Estrutura cenográfica
Sobre a estrutura cenográfica, que tem três andares, Danilo Guanais acredita na possibilidade do público criar suas próprias impressões: “O cenário não realista imaginado por Marcelino, cheio de simbolismos, dá margem à imaginação de cada pessoa na plateia, cada um vai sentir o impacto visual e a ambientação de acordo com sua própria experiência de vida. Ainda sobre cenário e figurino, é interessante perceber a predominância das cores verde, representando a pureza dos sentimentos, e o vermelho, da paixão e da intensidade. A iluminação tentará revelar esses detalhes”, adianta.
Falando em detalhes, antes de cada apresentação uma gravação em off (na voz da jornalista Margot Ferreira) dará as boas vindas ao público, convidando todos para entrar no clima.
Nos planos de Danilo Guanais, a temporada deverá ser estendida durante todo o ano de 2011: “Estamos negociando pauta em Mossoró, para maior, e já estou sondando apresentações em Pernambuco e Rio de Janeiro. A meta é produzir conteúdo (jornalísticos, áudio e vídeo) para alçar voos mais altos”, conclui.
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