quinta-feira, 21 de abril de 2011

PELA FALTA OU POR EXCESSO (Por Leandro Rocha)


Não sei se pela falta ou por excesso te perdi. Sei que a falta daquele tempo me põe a remoer memórias e a fugir do presente. Pelo excesso de convivência entendi que não era possível conviver. Pela falta ou por excesso estamos em desacordo de estado, lugar e presença. Não sei se pela falta ou por excesso de amor. Nem pela falta ou por excesso de confissão. A noção desta medida não me serve para curar a ferida que tenho. A ferida que tenho na alma. A ferida que tenho na alma me impedindo de me multiplicar em outro ser. Não sei realmente se pela falta ou por excesso de você me encontro assim. Talvez, a desmedida de ficar no porto vendo barcos partindo e fingindo indiferença. Pela falta ou por excesso lamento. Lamento o que ainda não se esgotou. Pela falta ou por excesso minhas lágrimas secaram a liquidez que não existe mais por sua presença real, somente pela idéia desta presença passada. Se pelo menos a falta ou excesso desta nostalgia constante me curasse do que fomos. Se pelo menos o presente me trouxesse flores de novos amores e a promessa do futuro, colocando você no lugar das lembranças. Não sei se pela falta ou por excesso de atitude me encontro onde estou. Espero que a verdade seja a cura.

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