O mar invoca todos os sons,
Desafina as freqüências
Com sua embriaguez.
Ele acalma e perturba as lembranças,
Molha-nos os pés,
Mostra-nos o balançar das ondas,
Ele acalma e perturba as lembranças,
Molha-nos os pés,
Mostra-nos o balançar das ondas,
Esfrega-nos suas areias,
Esgotando as sensações de tudo um pouco.
Esgotando as sensações de tudo um pouco.
Abriga oceanos de amores, cavalos marinhos,
O luminoso alvorecer, entardecer e o hibernar dos seres.
Seca o caminho dos andarilhos,
Amantes misturados ao vento.
E procria a umidade salgada da madrugada.
A lua azula o negrume de suas águas.
Tantas moradas de pescadores submersas,
Todos os prantos das viúvas,
Desespero que se ouve ao longe.
Tudo dele ecoa.
O mar é o agrupamento dos opostos,
Do início e fim das distâncias e incertezas.
É lá onde há o prazer de se encharcar e de se renovar.
As divindades marítimas abençoam os devotos
Para os sacrifícios da fé.
Em cada oferenda, uma gota de chuva sobre os desejos.
Suas águas dissolvem o tempo, o pesar e a ausência.
E nos permitem navegar pelo profundo desconhecido
Das praias brancas do além-porvir.
O mar nos chama.
Banhemo-nos em sua liquidez
E cantemos a canção de todos os seus sons.
Muito bom Leandro. Parabéns. Texto muito lindo e reflexivo.
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